Duelo ao pôr-do-sol em Nova York…
Não que Nova York fique exatamente no “Far West” (pra sermos precisos, fica bem mais pra cá do que pra lá), mas mesmo assim a Grande Maçã foi palco de um sangrento duelo ao pôr-do-sol entre os beligerantes instrumentos de Marco Ruviaro (eu, como sempre ao bandolim) e Douglas Lora (cavaquinho). O meu adversário é reconhecido por ser imbatível no violão, mas foi só o Douglas pegar no cavaquinho pra nego bater. Se eles soubessem, porém, do que pode um cavaquinho, os homens não iriam crer. Quando ele fere, fere firme, e dói que nem punhal. Quando ele invoca, parece mais um pega na geral.
Naquela cálida tarde de domingo, um puxa de cá, o outro responde de lá, o resultado foi muito sangue espraiado pelas paredes daquele velho Saloon em Williamsburg — região conhecida por ser cova de bandoleiros e salteadores, terra completamente sem-lei. Vencidos ambos pelo cansaço, pois do Brasileirinho executado foram exigidas todas as notas ao extremo, Marco e Douglas caíram desfalecidos e deu-se por encerrado o embate. Comprovou-se mais uma vez que somente cobras e escorpiões podem desafiar, sem perecer, as tórridas planícies desérticas do Brooklyn.